Páginas

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Samba-Canção, obra da Vó Mima



Lupicínio e Lourdes Rodrigues
Esse eu aprendi a gostar com a minha avó. Antigas noites em Cidreira, onde na rede da varanda ela cantava para mim pérolas do samba-canção entre elas Ronda, ao meu ver um clássico na boemia. E aprendi a amar ouvindo Lourdes Rodrigues cantando Lupicínio nas noites de Porto Alegre, claro, acompanhado também pela minha avó. Por isso, junto do partido-alto, este é o estilo de samba que mais gosto. A tristeza, o amor impossível e a dor de cotovelo é cantado de modo melódico e muito emotivo. Um tipo de samba que, se bem cantado, faz todo mundo se emocionar.


Herivelto Martins


O samba-canção teve seu crescimento da decada de 30 mas teria seu apogeu nas de 40 e 50 com as célebres letras de Lupicínio Rodrigues e Herivelto Martins nas vozes de Elizeth Cardoso, Jamelão, Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira, entre outros. Grandes sambistas, que tinham raizes em outros gêneros, também tiveram grandes sucessos nesta linha mais melódica, Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Ataufo Alves, entre outros.





Ronda, cantada por Jamelão

 Loudes Rodrigues falando e cantando Lupicício do programa Música na Noite

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Jongo, o africano brasileiro

Essa postagem tem influência de um amigo, o Duda, do Instituto Brasilidades. Vou falar um pouco sobre o Jongo (também conhecido por Caxambu), que é mais um ritmo de origem africana (tipo de Umbigada), trazida pelo escravos ao Brasil e que influenciou muito o Partido Alto. Para muitos sambistas o Jongo é o avô do Samba.

Os jongueiros eram verdadeiros poetas-feiticeiros, xamãs, que se desafiavam nas rodas de jongo para disputar sabedoria. Com o poder das palavras e uma forte concentração, buscavam encantar o outro por meio da poesia do ponto de jongo.


 O jongo é uma dança dos ancestrais, dos pretos-velhos escravos, do povo do cativeiro e, por isso, pertence à "linha das almas". Contam que aquele que tem a "vista forte" é capaz de enxergar um antigo jongueiro falecido se aproximar da roda para relembrar o tempo em que dançava o caxambu. Contam também que alguns jongueiros, à meia-noite, plantavam no terreiro uma muda de bananeira que, durante a madrugada, crescia e dava frutos distribuídos para os presentes.

Os versos do partido-alto e do samba de terreiro são inventados na hora pelo improvisador. Esse canto de improviso nasceu das rodas de jongo. A umbigada, que na língua quimbundo se chama "semba", originou o termo samba e também faz parte do samba primitivo. A "mpwita", instrumento congo-angolano presente no jongo, é a avó africana das cuícas das baterias das escolas de samba.

Abaixo dois vídeos explicando um pouco mais sobre o Jongo.