Nascido em 4/10/1916, em Madureira, Silas de Oliveira veio ao mundo para nos presentear com grandes sambas-enredo, principalmente no que tange ao seu amado Império Serrano (criado por ele, Mano Décio da Viola, Fuleiro, Rufino, Sebastião de Oliveira, entre outros em 1947, uma debandada da escola Prazer da Serrinha, na qual faziam parte).
Silas dava aulas de português na escola de seu pai quando começou a namorar uma das alunas, a jovem Elaine dos Santos. Nessa época também fez amizade com o jornaleiro Mano Décio da Viola, que se tornaria seu maior parceiro. Pelas mãos de Elaine e de Mano Décio, Silas sobe os morros cariocas atrás de rodas de samba. Com os dois, freqüenta também os tradicionais pagodes nas casas das tias baianas, regados a muita bebida, comida e batucada.
Seu primeiro samba veio em 1934, Meu grande amor. Depois deste vários outros vieram, mas a obra prima Aquarela Brasileira, nasceu em 1964.
Silas de Oliveira faleceu apresentando seus sambas no Clube ASA, em 1972. No seu enterro o então presidente da Portela, Natalino, mandou tocar o samba Heóis da Liberdade, cantado até hoje nos funerais de sambistas.
Ano passado, no evento em que o Instituto Brasilidades faz comemorando o Dia Nacional do Samba, presenciei minha primeira umbigada. Fiquei impressionado com aquele ritmo e até arrisquei uns passinhos, mas não quis me comprometer, afinal, este não é o meu forte. O importante é que fiquei com isso na cabeça e, como um adorador de samba que sou, fui procurar saber mais sobre aquele ritmo alegre e feliz.
A Umbigada é uma dança que chegou ao o Brasil a partir do Século XVII
junto com os negros africanos trazidos como escravos pelos colonizadores portugueses.
Os passos são executados por pares soltos que, saindo em fileiras,
circulam livremente pelo terreiro. Mas, o elemento principal da
coreografia é a "umbigada", ou seja, quando o ventre da mulher bate à
altura do ventre do homem. Os dançadores dão passos laterais arrastados, depois levantam os braços
e, batendo palmas acima da cabeça, inclinam o corpo para trás e dão
vigorosas batidas com os ventres. Esse gesto é repetido ao fim de todos
os passos.
Um batuqueiro solista que também e chamado de "modista" faz "poesia" ou
"décima". Quando
"afirmam o ponto", ou seja, decoram, repetindo texto e música, o
primeiro a dar umbigada é o "modista'. Os demais batuqueiros começam a
dançar. Dão umbigadas sempre presos ao ritmo dos instrumentos de
percussão que acompanha a cantoria (o tambu, o quinjengue e a matraca). O Modista empunha um instrumento,
espécie de chocalho chamado "Guaiá" que marca o rítimo das trovas.
Sou louco por samba, gosto de vários compositores e interpretes, mas sempre tem aquele que desperta uma emoção diferente. No meu caso o nome dele é Paulo César Batista de Faria, conhece? Não? Vou facilitar então, Paulinho da Viola. Agora deu? Espero que sim.
Enquanto escolhia um nome para o Blog pensava que não podia me espelhar em outra pessoa se não nele, Paulinho. Coloquei para ouvir uma coletanea que fiz só com músicas dele para que pudesse achar este nome. Achei! O nome é a última frase da música "Conversa de Malandro"
Música no Youtube
Letra:
Não é conversa de malandro
Eu sempre fui malandro
Mas agora não
Gostei de ver o seu sapateado
E quero conquistar seu coração
Está crescente esta amizade no meu peito
Estou contente
E já mandei construir
Para nós um caixote
Já encontrei batente
E lá no morro
Quando o sol chegar
E eu descer sorrindo
Para trabalhar
E alguém perguntar espantado
O que foi que aconteceu
Eu vou dizer
Que abandonei de fato
A vida de orgia
E que vivendo assim
Sou mais feliz
Na verdade o malandro sou eu
Bah!! Quanta indecisão para escolher a primeira postagem!!
Resolvi falar do Partido-Alto, para mim, o mais tradicional estilo de samba.
Surgiu no início do século XX dentro do processo de modernização do
samba urbano do Rio de Janeiro. Tem suas origens nas umbigadas africanas
e é a forma de samba que mais se aproxima da origem do batuque
angolano, do Congo e regiões próximas.
Inicialmente caracterizado por longas estrofes apoiados em refrões curtos, o samba de partido-alto
ressurge a partir da década de 1940, cultivado pelos moradores dos
morros cariocas, mas já agora não incluindo a improvisação individual, pelos participantes, de
quadras cantadas a intervalos de estribilhos geralmente conhecido de
todos.
O partido-alto da década de 1970 sofreria outras modificações até servir
de combustível para o movimento conhecido por pagode de raiz, movido a
banjo e tantã. Antes, pagode era o nome dado no Brasil a reuniões festivas, regadas a samba (especialmente a vertente do partido alto), comida e
bebida. No início da década de 1980, os pagodes eram
febre no Rio de Janeiro e o termo logo compreenderia um novo estilo de
samba, rapidamente transformado em produto comercial pela indústria
fonográfica. Os antes grandes partideiros (Paulo da Portela, Elton Medeiros, Candeia, Xangô da Mangueira, Guilherme de Brito, Casquinha, entre outros, ganharam a Companhia de Dona Ivone lara, Arlindo Cruz, Sombrinha, Almir Guineto, Nei Lopes, Zeca Pagodinho e, mais recentimente, Dudu Nobre.